Miniconto 40* - Pré-Campanha

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Todo santo dia se lamentava. Por que as barras de apoio do ônibus eram tão altas? Afinal, parecia que todos ali abominavam um desodorante.

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Denúncia

À tinta, às pessoas insensatas e aos bêbados, permanecia. Dura como ferro, apesar de acabada. (coitada!) A beleza há tempos já não era a mesma: O rosto desbotado e humilhado, O tronco envergado pelo tempo E pelo vento? Ah, o tempo! Sempre tão inconstante e cruel De repente, escurecia e o céu e aí, haja força! O sopro furioso da Coisa Que balançava as estruturas (por isso a envergadura!) Por isso a descompostura. Já sem identidade, Borrada pela liberdade de expressão (mas e a educação?) Não existia. Só tinha a total falta de respeito Pela velha placa Fixada na avenida, esquecida pelos carros indo e vindo A tudo e a todos resistindo, Ironicamente implacável.

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Miniconto 18* - Visão do Inferno

Pedras abriam a torneira de lágrimas vermelhas da pequena condenada, encharcando sua burca. Foi a primeira - e última - vez que viu sangue.

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Miniconto - Compra-se

Compra-se: um coração sem dono, em boas ou más condições, tratar aqui.

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