Denúncia

À tinta, às pessoas insensatas e aos bêbados, permanecia. Dura como ferro, apesar de acabada. (coitada!) A beleza há tempos já não era a mesma: O rosto desbotado e humilhado, O tronco envergado pelo tempo E pelo vento? Ah, o tempo! Sempre tão inconstante e cruel De repente, escurecia e o céu e aí, haja força! O sopro furioso da Coisa Que balançava as estruturas (por isso a envergadura!) Por isso a descompostura. Já sem identidade, Borrada pela liberdade de expressão (mas e a educação?) Não existia. Só tinha a total falta de respeito Pela velha placa Fixada na avenida, esquecida pelos carros indo e vindo A tudo e a todos resistindo, Ironicamente implacável.

Related Posts

Miniconto 122* - Credibilidade

Se eu contar que sofro de uma doença crônica que faz com que eu minta a cada dez palavras, ninguém acredita.

Read More

Perspectivas 1

Para o aspirador de pó, o vento é lixo.

Read More

Miniconto 38* - Nostalgia

Com 68 anos fez a última tatuagem, uma caixinha de presente na virilha para o maridão, que (há tempos sabia) não conseguiria abri-la.

Read More