O Início de Mim Mesma Para Vocês

Eu assisti essa declaração da Lady Gaga e fiquei feliz em notar que ela disse “balls” que foi traduzido como “coragem”, e fiquei me perguntando se não é uma expressão sexista, uma vez que mulheres não tem, literalmente, “balls”.

Mas isso não é o mais importante sobre o texto.

O mais importante é que eu realmente concordo com ela e, ao decorrer do último ano, ou nos últimos 15/16 meses da minha vida, eu venho me transformando numa pessoa completamente nova para mim mesma.

Uma pessoa que tenho orgulho de reconhecer e olhar no espelho. E o mais importante: uma pessoa que está se autofortalecendo todos os dias.

Mas, junto com a força, vem uma porção de medo e insegurança clássicas da nossa geração, e isso me fez deixar de escrever e me expressar muitas e muitas vezes por medo de discussões infinitas, de perder amizades que eu considero importantes ou mesmo ser vista de forma menos “aceitável” por quem me cerca.

Uma covardia, eu sei. Comigo mesma.

A merda desse pensamento é que: o que as pessoas pensam, como elas interpretam e reagem e como me tratam não-está-sob-o-meu-controle.

O que está sob o meu controle é ser eu.

E ser eu, a Gessica/Fofa/Gê versão 2015, muito mais consciente da minha significância e (alguns diriam) mais chata, é uma coisa que eu tenho gostado muito de fazer.

Eu tenho gostado muito de me descobrir mulher, preta, política. De sofrer cada vez menos quando vejo as vitrines do shopping e me satisfazer cada vez mais em me evolver emocional e psicologicamente com coisas que não estão necessariamente envoltas em dinheiro.

Tenho gostado de resistir aqui e ali, de um jeito e de outro, ao machismo e racismo cotidiano.

Mas eu quero que deixe de ser aqui e ali.

Quero levantar minha voz, minha escrita, minha inteligência, todas as vezes que estiver certa de uma injustiça.

Mas e se você não estiver certa?

Estou aberta à revisão de conceitos, sempre, mas A AÇÃO precisa parar de acontecer SÓ NA MINHA CABEÇA.

Não cabe tudo aqui dentro.

Chegou a hora de transbordar. E espero que na correnteza eu me afaste cada vez mais da tristeza e me aproxime da transformação e autoidentidade.

Me desejem sorte ;)

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