Textos

Miniconto 38* - Nostalgia

Com 68 anos fez a última tatuagem, uma caixinha de presente na virilha para o maridão, que (há tempos sabia) não conseguiria abri-la.

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Miniconto 37* - Confissão

Então a quarentona teve que confessar na promoção do desconto proporcional à idade: tinha 52.

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Miniconto 36* - O Grande Camaleão

Era o mais camuflado ao muro acinzentado da grande avenida, e melhor: seus olhos verdes combinavam com o musgo, que dava um toque especial à moradia.

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Metamorfose

Acordei domingo Flutuava, indo No reflexo solar da água cristalina Menina, eu, laranja listrada, pintada Sorrindo, pra quê? Pro nada, nada me fazia parar. Colorido mágico Como é linda a vida aí em cima vista do prisma aqui de baixo! Tá bom demais ser isso aqui, Eu Peixe-palhaço.

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Tricampeonato Corinthiano e (fim da) Era do Gelo

Se toda vez que eu sumir por uns dias aqui do blog, tiver que explicar o porquê, danou-se. Portanto é legal ressaltar que os motivos são sempre os mesmos: preguiça de escrever (que vergonha!), falta de criatividade para escrever algo com conteúdo ou muita falta de tempo para escrever algo com conteúdo. Algumas vezes, acontece de a web não funcionar, meu PC resolver desligar sozinho e só ligar três dias depois, eu me esquecer que tenho um blog, ou coisas do tipo… fazer o quê! Isso vai continuar acontecendo enquanto esta página aqui continuar no anonimato, servindo mais como válvula de escape do que qualquer outra coisa. Prontofalei. Corinthiana roxa que sou, não podia deixar de comentar (e deixar guardado aqui, pra futuras lembranças) a grande vitória do Timão ontem contra o – grande – Internacional. Tricampeão da Copa do Brasil!Apesar de todas as confusões, intrigas inerentes em final de campeonato, especulações sobre a saúde mental de alguns jogadores e mais, a final valeu a pena pra nós, “loucos por ti corinthians”. A torcida estava linda e o time entrosado ( falou a especialista!), o que de fato tornou a vitória muito mais saborosa. Me irrita um pouco a atenção voltada para a estrela Ronaldo, como se o André Santos, Dentinho, William e os outros jogadores não fossem parte integral da maravilhosa campanha que o Corinthians vem fazendo desde o final do ano passado. Certo, o Fenômeno não tem esse apelido à toa, é inegável o seu talento e contribuição para o time mas, será que não dá para distribuir o mérito justamente? Hmmm, talvez não. Ok, então bola pra frente rumo à Libertadores no ano de centenário do Timão. Piadinhas à parte, a Nação Corinthiana espera há um século esse título. Ok, um século não, pois a Libertadores só nasceu na década de 60. Como não poderia deixar de ser, preciso falar: É bom demais ser corinthiana, meu Deus!!! Mudando de assunto, só deixar cravado aqui também a minha pequena indignação com o filme Ice Age: Dawn od Dinosaurs (A Era do Gelo 3). É claro que os efeitos são muito bons, 3D tem tudo a ver com dinossauros (rugidas, posições ameaçadoras e todo aquele esquema feito pra gerar a sensação de que podemos ser engolidos a qualquer momento que, algumas vezes, realmente fez o coração pular um pouco), mas o roteiro foi enfraquecendo.O primeiro filme foi massa, o segundo foi bacaninha, o terceiro eu consegui dormir sem remorso na sala. (Foram só umas piscadinhas, suficientes pra perceber o quão chata a história estava). Somente uma cena é realmente engraçada, as piadas do bicho-preguiça Sid estão cada vez mais infantis e nordestinas (será que o próprio diretor brasileiro Carlos Saldanha que escreveu as falas?). Alguns dirão: “Tá, o filme é focado em crianças, você esperava piadas sexuais?”. Claro que não. Mas, no mínimo, um pouco mais inteligentes, e vale destacar que, a sala ontem tinha muito mais adultos do que crianças. O que salvou foi o novo personagem Buck, que arrancou algumas risadas com as caras e bocas que faz e também a “incrível jornada” do esquilo Scrat atrás da noz, apesar de começar a ficar saturada, a subaventura – dessa vez com uma pitada de romance - continua divertida. Pela experiência 3D, a obra vale a pena, mas pra quem está esperando rolar de rir no cinema, eu aconselho que assistam o novo Transformers, que – por vários motivos – está bem engraçado. Mas isso é papo pra outra impressão cinematográfica, que provavelmente só vai acontecer no próximo dia 16, quando eu já tiver saído da estréia de Harry Potter e Enigma do Príncipe (vício maldito :P)

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Miniconto 35* - Colheita

A expressão “fruto do trabalho” só significava a adição de uma maça na mísera marmita diária.

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Um quase-conto idiota adolescente que não vale a pena ser lido

Prometeu não exercitar lembranças do bendito, mas a cabeça fazia questão em ser uma parte separada do corpo. Aquelas aulas de ciências! “O corpo humano é constituído por três partes principais: o tronco, os membros e a cabeça.” Por que não junta tudo numa coisa só? Não entendia onde entrava o pescoço neste conceito, mas que diferença fazia? Se pudesse simplesmente deixa-lo de lado (ela morreria?), como a ex-professora fazia na escola, talvez pudesse se ver livre da maldita tatuagem atrás da orelha, que quase parecia uma escarificação: pesada, irremediável…eterna. Ugh. Eterna.

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Miniconto 34* - Milagre

Na festa de São João, peões e patrões igualam-se em meio à diversão. Havia bebida suficiente pra que ninguém lembrasse disso no dia seguinte.

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Depoimento

Sonhou por semanas com o sujeito. Daqueles sonhos forçados pelo pensamento constante, e quando acordava, era atacada pela frustração de voltar à realidade, somada com o espírito preguiçoso de ter que viver, sem ele. Quem se importa? A cada passo da rotina, procurava o olhar que (lá no fundo, sabia) nunca mais poderia desfrutar. Nenhum indício de sua presença poderia amenizar a dor da ausência. Até um pequeno pedaço de pano estampado com aquelas manchinhas, trazia à tona a sentença tão dolorosa: há muito tempo já não era sua companheira e amiga. E vice-versa. Agora, sua mais fiel companheira era a saudade. Não sabia se era mágica (das mais macabras), ou apenas força do pensamento (ela não era cética à isso?), acontece que o encontrava sempre que, quando andando distraída, seu pensamento chamava inconscientemente – e calorosamente - o nome. Era assim mesmo, como convocar com varinha mágica, ou teletransportar com a mente: só um nome e, shaaazaaan! Ele aparecia. Falar em “magia do amor” quase soava cômico perante o instante de angústia. A reação era sempre a mesma: com o pulo do coração, as mãos se moviam num movimento de aceno enquanto os lábios se levantavam num sorriso, que frustrado, esperava que o outro lhe espelhasse. Enquanto isso, a mente, com a ajuda dos olhos levemente distantes (será que ele perceberia?), captava o máximo possível da cena, que seria repassada pelas noites seguintes. Afinal, os olhos não mentem, não é mesmo? Presa ao histórico da vida meio esquizofrênica que tinha com o dito cujo, espantava a vontade de ter qualquer contato mais próximo, pois tinha medo do que poderia fazer quando o a corrente elétrica do corpo do indivíduo a alcançasse. Lembrava vagamente das conseqüências desse contato, já que seu cérebro insistia em guardar apenas a sensação dos toques, mas ainda assim, estava certa que era preferível que evitasse. Hora após hora de um mês, ano após ano das cinco décadas seguintes, a pobre mulher repetia a cena. Sempre que o via, e sempre que deitava a cabeça nas películas do cinema que se tornava o seu quarto à noite.

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Miniconto 33* - Conselho de Pai

O pai já avisara: viraria as costas quando os amassos no sofá se tornassem amassos no rosto delicado da filha. Sofria calada, então.

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