Miniconto 51* - Flagelo

A família era boa. O único malandro se autojustificava: algo tinha dado errado com a propensão genética para a solidariedade.

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Miniconto 64* - Robô

Quando aprendeu a conjugar o verbo amar, ainda não sabia que nunca o conheceria na 1° pessoa do singular.

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Agora ela era bixo

Agora ela era bixo, pode? Aquela menina magricela do cabelo de bombril que, por artimanhas com a diretoria da escola (era o que diziam) foi jogada na 2º série do Fundamental, quase sem passar pela primeira. Coitada! Vieram os apelidos. - Aêêê, “primeira série”! Sabe soletrar a palavra BOCHECHUDA sem errar? Ela não sabia. Mas acabou aprendendo, pela força do hábito. Agora ela era bixo, pode? Aquela estranha que se vestia da cabeça aos pés de vermelho, sentava na primeira carteira, de cara com a professora e mesmo assim falava pelos cotovelos. Na reunião bimestral de pais era sempre a mesma coisa: - Ela tem ótimas notas, só precisa calar a boca. Ela não calou. Força do hábito. Agora ela era bixo, pode ? Aquela vizinha esquisita, não brincava com as garotas da mesma idade, vivia em casa, trancada à chave, o que gostava fazia lá dentro? Ninguém sabe. - Oxem,tinha era se entrosar, parece até bicho do mato! Ela não se entrosou. Eles estavam certos. Força do hábito? Agora ela era bixo.

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Miniconto 119* - Sonho de criança

Plantou o pé de feijão e rezou para que crescesse rápido. A reza enviesou e em pouco tempo começou a pedir diariamente para voltar a ser criança.

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