Miniconto 5* - "Cavalinho"
- Gessica Borges
- Minicontos
- February 19, 2009
Jogou futebol com os amigos de seus filhos de 15 anos. Empurrou, chutou e bateu o quanto pôde. Que saudade!Quando moleque seu apelido era cavalinho.
Jogou futebol com os amigos de seus filhos de 15 anos. Empurrou, chutou e bateu o quanto pôde. Que saudade!Quando moleque seu apelido era cavalinho.
Apesar do título aparentemente “polêmico” o poema abaixo não trata de nada político, também não diria que social. Na verdade, não sei do que o poema abaixo se trata, já que foi escrito em 10 minutos numa sala de aula muito barulhenta. Eu tinha 16 anos e estava realmente entediada com a aula, aí peguei um papel qualquer e fui “telepatiando” o que vinha na cabeça. Saiu isso aí. ______ O que realmente importa? A beleza meio morta? Ela entra em sua porta? Ela chove na sua horta? O que realmente importa? A paixão incandescente? O que o seu coração sente? Quem você quer de presente? O que realmente importa? Você está apaixonado? Pela vida ou por um lado? Só o lado comentado … Quem te invade a porta? A beleza de não ser morta? A alegria mórbida? O conformismo importa? O que é ser belo? O cabelo? O camelo? Seu espelho te reconhece? Me confessa a sua prece! O pé feio Nariz no meio Da cara murcha Parece a Xuxa Cara de bruxa! A Keka A Cuca A Luka “To nem aí!” O que realmente importa? Você não me suporta? Eu passo na sua porta? Eu nasço na sua horta? Cara de cú Bunda de cara Torta na cara! A cara torta … O que realmente importa? O meu conceito? O seu direito? Você não gosta? Cianureto.
Read MoreSonhou por semanas com o sujeito. Daqueles sonhos forçados pelo pensamento constante, e quando acordava, era atacada pela frustração de voltar à realidade, somada com o espírito preguiçoso de ter que viver, sem ele. Quem se importa? A cada passo da rotina, procurava o olhar que (lá no fundo, sabia) nunca mais poderia desfrutar. Nenhum indício de sua presença poderia amenizar a dor da ausência. Até um pequeno pedaço de pano estampado com aquelas manchinhas, trazia à tona a sentença tão dolorosa: há muito tempo já não era sua companheira e amiga. E vice-versa. Agora, sua mais fiel companheira era a saudade. Não sabia se era mágica (das mais macabras), ou apenas força do pensamento (ela não era cética à isso?), acontece que o encontrava sempre que, quando andando distraída, seu pensamento chamava inconscientemente – e calorosamente - o nome. Era assim mesmo, como convocar com varinha mágica, ou teletransportar com a mente: só um nome e, shaaazaaan! Ele aparecia. Falar em “magia do amor” quase soava cômico perante o instante de angústia. A reação era sempre a mesma: com o pulo do coração, as mãos se moviam num movimento de aceno enquanto os lábios se levantavam num sorriso, que frustrado, esperava que o outro lhe espelhasse. Enquanto isso, a mente, com a ajuda dos olhos levemente distantes (será que ele perceberia?), captava o máximo possível da cena, que seria repassada pelas noites seguintes. Afinal, os olhos não mentem, não é mesmo? Presa ao histórico da vida meio esquizofrênica que tinha com o dito cujo, espantava a vontade de ter qualquer contato mais próximo, pois tinha medo do que poderia fazer quando o a corrente elétrica do corpo do indivíduo a alcançasse. Lembrava vagamente das conseqüências desse contato, já que seu cérebro insistia em guardar apenas a sensação dos toques, mas ainda assim, estava certa que era preferível que evitasse. Hora após hora de um mês, ano após ano das cinco décadas seguintes, a pobre mulher repetia a cena. Sempre que o via, e sempre que deitava a cabeça nas películas do cinema que se tornava o seu quarto à noite.
Read MoreDepois de ir ao banheiro, assistiu a cor roxa se formando no pequeno aparelho. Não entendia como um resultado desses podia ser, de alguma forma, positivo.
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