Lúgubre Grifo

O que te leva a insistir no que te angustia e de mim te priva? Diz-me, amada querida, o que te faz preferir morrer à deriva? Onde se esconde o desejo outrora tão encarnado? Ainda existe a beleza por trás do vaso quebrado, eu sei que existe. Sufocando a saudade no torpor do caminho. Esganando a verdade no coração sozinho. Onde arrumaste esta corda que só faz machucar, minha amada? O pouco tempo que tens só está a passar, e tu marcada. Cicatrizes não podem ser apagadas, mas pegadas podem se aliviar O sentimento não morre enquanto se quer lutar. O que te faz perder o que te faz amar? Como encontrar coragem onde o vazio está? Perdeu o jeito de se renovar, amor meu? Mais uma vez, tarde demais? Eu sou seu. Peço-te: não se engane e nem fuja menina. Acasos não determinam uma sina. Invalidez induzida na estrada comprida. Morte poética na métrica da vida. _________

“Há entendimentos longe de nossas explicações Há explicações longe de nossos entendimentos”¹ ¹ Sir Raphael Trevilato

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Enigma Esquecido

Uma palavra linda Uma palavra fácil Uma palavra simples, Porém quase irrealizável. Em três letras ela está, Em uma sílaba ela se forma E o mundo não consegue realizá-la. Numa pomba ela é simbolizada No branco ela é lembrada E o mundo não consegue realizá-la. Ela é pequena, porém essencial, Ela é grande, ela é forte!? E o mundo não consegue realizá-la. Temos a letra P Temos a letra A Temos a letra Z Mas, cadê você? Desde o início dos tempos você sumiu, E a partir daí, o mundo esqueceu de ti. __ Esse poema, eu escrevi no ano e mês em que “começou” a guerra entre EUA e Iraque, estava na 6º série e lembro que o assunto foi tema pra um bimestre inteiro de aula. Um saco na época. Ele é um Enigma Esquecido por dois motivos: primeiro porque ele não tinha nome, dei-o agora porque tinha até esquecido que ele existia, e segundo porque, sobre o que ele trata, muitos nem sequer têm guardado na lembrança.. Março/2003

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Verão

Verão. Dia ócio e frio… estranho? Pois sim, ela acordou cega. Sem o seu mais precioso sentido, passou a ignorar todas as outras coisas. Não falava, não chorava, não sentia quando tocada, nem mesmo sorria enquanto abraçada. Sentia-se traída pela vida, por não ter o que julgava seu destino… ficava enraivecida todo o tempo…não compreendia a razão de tanta ilusão e isolamento, mas estava convencida de que não se importava com isso. Não se arrependia de nada, não considerava soluções para nenhum problema, nem mesmo cedia à vontade de voltar atrás. “O que os olhos não vêem, o coração não sente” ? Ótimo, vida eterna à sua cegueira. Estava certa de uma coisa: aquele ordinário acontecimento a qual todos cediam não lhe ocorreria mais, a paixão era uma palavra riscada de seu, ora tão rico, vocabulário. Das coisas que só o coração poderia entender, tornar-se-ia ignorante, rendida à cega frieza da ociosidade em que se encontrava. Estranho, era verão.

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Miniconto D - Dor do Parto

— Duda do Diabo! — ? — Desceu só depois de dez dedos de dilatação!

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