Instavida

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Daí a gente muda o filtro e a vida fica mais bacana.

É como aquela foto não-tão-boa-assim que você tirou, ficou em dúvida se valia postar no Instagram, mas quando postou, com um toque de Earlybird, teve gente pra caramba curtindo.

O filtro, no caso, da vida, pode ser um objetivo novo, um romance, a cor do cabelo, ou a combinação de tudo isso.

Se for a combinação de tudo isso, as chances são que você transpareça confiança e então ganhe mais coraçõezinhos. Se for uma coisa só, também é ótimo, basta usar as hashtags certas e voilà!

As hashtags, no caso, da vida, são as coisas as quais você dá prioridade. Se forem coisas #materiais e #físicas, as chances são que acabem mais rápido, mas não tem problema, você pode ostentar e ser feliz enquanto dura.

Se forem coisas #espirituais e #abstratas, pode ser que as pessoas não entendam, nem valorizem, nem apoiem, mas também não tem problema, internamente você continuará feliz e o melhor: isso ninguém bloqueia.

O importante é escolher um bom filtro.

Pode demorar um tempo, daí você vai se sentir perdido, inerte e meio inútil, mas - de novo - não tem problema: quando você olhar sua imagem final vai saber que valeu a pena.

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Quarta feira, vinte e três horas e quarenta e cinco minutos de uma noite gelada em São Paulo. Sentadas nos bancos frios, as pessoas se recostam em seu espaço como podem, ou acotovelam-se no corredor cheio de mochilas e pastas. Estudantes, na certa. Eu também. Transporte público não é muito divertido, principalmente quando você está perto de desabar de sono ou cansaço, depois da batalha diária. Mas, naquele dia, ao menos alguma coisa aconteceu. Alguma coisa que despertou alguns da sonolência, irritando-os. A mim, apenas divertindo. Até que enfim. Sentado no banco do motorista, o homem inquieto apertava cada vez mais o fone no ouvido, talvez na esperança que pudesse fazer parte do universo que ouvia; então, durante as manobras nas curvas molhadas pelas quais direcionava o ônibus, ele gritava, num surto de emoção visível em seus olhos repentinamente arregalados: - TIRA ISSO DAÍ! ….ACABA LOGO COM ISSO PELO AMOR DE DEUS! Eu ria. Me divertindo com o nervoso do homem, que, no limite das possibilidades, dava pulos em sua cadeira e se mexia sem parar. Alguns passageiros reclamavam aos sussurros da imprudência do homem. - Como ele pode dirigir desse jeito? Vai acabar batendo o ônibus! - Gente assim não tem jeito não … é doença. Foi nessa hora que eu me dei conta da loucura do homem. Não a loucura que era dirigir um ônibus enquanto envolvido em outra atmosfera (ele quase parecia cego), mas a loucura que o fazia dirigir um ônibus, mesmo totalmente disperso. Devia ser doença mesmo, loucura das bravas!Eu nunca via pessoas tão apaixonadas por uma coisa daquele tipo, dava pra ver que a tensão que emanava do motorista envolvia cada um que fazia parte da “espécie”, inclusive eu. Bipolaridade talvez? Quem sabe… - SAI, SAAAI! … UUUUUHH! AÊÊÊÊ, JÁ DEU! JÁ DEU! 3 MINUTOS? PUTA MERDA! Os três minutos seguintes, pareceram durar 10, pra mim. O coitado devia estar com a sensação que duravam, pelo menos, mais 45min. - AEEEEW JUIZÃO! ACABOOOU! TAMO NA FINAL ! VAAAAI CORINTHIANS!!! “AQUI TEM UM BANDO DE LOUCO ….” E a gritaria durou até que eu deixasse o ônibus, sorrindo com a situação, e com o alívio de saber que tudo tinha acabado bem, pelo menos aquela noite. O homem, ah, ele não estava sozinho apesar de sua voz ser a única a explodir naquele espaço, pelo menos mais 25 milhões de corações espalhados pelo Brasil gritavam o mesmo hino, a mesma vitória. Deitei-me aquele dia ainda com a cena em minha cabeça, o sorriso no rosto e uma música de fundo que dava o tom perfeito pro acontecimento. ♪ “…. eternamente, dentro dos nossos corações …” ♪

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