Ela, eu, e o parabéns.

Então ela vem De uma vez só Muita vezes Na rua, no quarto, enquanto olho para as paredes Ou amarro meu turbante Vem em forma de um cômodo vazio De um lembrança cheia Ou de um simples fumante Alheio a tudo. É súbita e aguda Como quando a gente bate o dedo mindinho num canto E são muitos cantos agora E a dor não cessa nunca Só se esconde entre risadas E volta escancarada Em lágrimas de saudade Um quarto de século de vida Três meses destituída “Filha, deus te abençoe, muitos anos de vida”. A dor vem Eu engulo o seco e respondo Para todo mundo Obrigada, gente.

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