Mãos
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Mãos
Macias e quentes Descem e sobem Confabulam, apertam Enrolam-se Como serpentes ao som de uma flauta Provocam uma febre alta Ignoram a pauta Do que é moral ou certo Vão chegando mais perto Do objetivo incerto Que é o prazer. Enérgicas e diligentes Crescem e diminuem Escondem-se, surpreendem, diluem Como uma corrente d’água doce Que pelo corpo passeia Sem o menor pudor novelístico O propósito? Tornar real o místico. Sem emulações Negociações ou neuras Tocam o que quiserem E fazem em terra o milagre De viver nas estrelas.
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