Iria até o inferno mil vezes sem reclamar para queimar todos os dias no fogo do homem.
Month: Agosto 2010
Miniconto 93* – Estratégia
Miniconto 92* – Um romancista crack(er)
Miniconto 91* – Astronauta
Os olhos e o foguete saíram de órbita ao mesmo tempo.
Um quase-conto idiota adolescente que não vale a pena ser lido (parte 2)
Estou voltando com a reforma de uma postagem já feita, na qual eu implantei uma outra continuação, estimulada pela culpa de não ter sido dedicada o suficiente quando escrevi “Um quase-conto idiota que não vale a pena ser lido”.
Sem mais delongas mais longas que as demoras para postar aqui, enjoy:
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Prometeu não exercitar lembranças do bendito, mas a cabeça fazia questão em ser uma parte separada do corpo.
Aquelas aulas de ciências!
— O corpo humano é constituído por três partes principais: o tronco, os membros e a cabeça.
Não entendia onde entrava o pescoço nessa idéia, mas que diferença fazia? Se pudesse simplesmente deixa-lo de lado (ela morreria?), como a professora fazia na escola, talvez pudesse ver-se livre da maldita tatuagem na nuca, que quase parecia uma escarificação: pesada, irremediável…eterna. Ugh. Eterna.
Não era cômico, não, lembrar de todas as aulas em que a professora dizia:
Tentava cortar essa parte, na esperança de que a avalanche de frustração não lhe atingisse, porque ultimamente sua mente andava rebelde, tipicamente…..adolescente. Ugh! Ela odiava essa palavra, sempre surgindo como uma sombra pra todas as coisas inexplicáveis que sentia, como se a maturidade fosse lhe arrancar de vez as angústias que vivia desde os 13 anos. Até parece.
Por que quando se referiam à nós separam a cabeça do corpo? Ela não era parte integral de nós, então? Parecia uma piada de mal gosto que flertava com a situação atual: a essa altura da paixonite, a morada da mente tinha vida própria.
Por que isso? Perder o controle dos seus próprios pensamentos e, assim, por tantos anos? Não reconhecia mais suas emoções, molhadas de encanto e, no entanto, secas de atenção.