Resgatando mais um poema da poeira nos meus papéis …
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Nada mais que a importância
Dessa insignificância
Que recobre o meu ser
Sou o não entender nada
Disso que vive em mim
Essa pele que reveste
Este corpo que me assola
Nessa mente que vigora
No espírito que outrora
Não foi de ninguém
Esse rosto que abriga
Esses olhos que envoltam
Essa íris distorcida
Dessa visão distinta
Do nada que nunca foi
Essas mãos desesperadas
Nessa busca retratada
Nesses versos sufocantes
Essas voltas tão errantes
Que descobrem-se amantes
Da matéria esquisita: Eu.
Sou o que fui, e o que serei
Mas nunca o que já sou
Nesse contrato vitalício
Dessa mutante arte de redescobrir-me
É que se encaixa a minha existência
Essa sou.
Escrito em 15/07/2008 ( 14:58pm)
nada sou nada posso nada sigo trago por ilusão meu ser comigo não compreendo compreender nem sei se hei de ser sendo nada o que serei como diria pessoa
Pois é. Mas ” À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo…” 😉
Taí uma coisa da qual não consigo fazer. Um poema.
Esse seu poema me parece relatar um belo conflito dualista entre o corpo e o espirito, ou melhor, o Eu Pensante como coisa distinta do corpo.