Homicida humilde, jamais torturava vitimas com menos de 1,50m.
Month: Março 2009
A Justificada
Falavam (e ela não negava) que era
Crassa, insensata, néscia, chata.
Mas a pirada se auto-perdoava
Pois tinha na manga uma palavra que tudo justificava:
Inata.
A Hora do Planeta
Muitos já devem ter ouvido falar, mas lá vai mais uma notícia que é veiculada em dezenas de meios de comunicação ( até com ajuda de celebridades, empresas privadas, etc.)
Dessa vez, o dia escolhido foi dia 28 de março (sábado) das 20h30 às 21h30.Esse movimento serve como influência (pressão, na verdade) para que as autoridades mundiais assinem um possível Acordo Global do Clima, que – como tantos outros- tem por objetivo reduzir a emissão dos gases de efeito estufa na atmosfera, reduzindo os efeitos do aquecimento global.É isso aí, o clichê mais usado no mundo é muito verdadeiro: pequenos atos realmente fazem a diferença.
Miniconto 15* – ProbleMÁTICO
Fazia matemática, mas cabulava sempre por preferir “as humanas”. Nas provas finais se dedicou aos cálculos. De nada adiantou. Era um problema.
Miniconto 14* – Uni Duni Tê
E a onda de coisas ruins vinha sendo tão forte que ele preferiu se deixar afogar a morrer na praia.
Inédito
E nessa vida pirada
Andei
Chorei
Sorri
Mas nunca
(nem de graça!)
Eu morri.
Miniconto 13* – Extraditado
O telefone tocou, a italiana atendeu, era Cesare Battisti. Soltou um grito de saudade e, em seguida, de desespero: “Estou voltando pra casa”.
Miniconto 12* – Surdez Inteligente
Há muito tempo não precisava mais do aparelho auditivo, mas ainda usava-o como desculpa para ignorar o comentário que quisesse.
Sou
Resgatando mais um poema da poeira nos meus papéis …
_
Nada mais que a importância
Dessa insignificância
Que recobre o meu ser
Sou o não entender nada
Disso que vive em mim
Essa pele que reveste
Este corpo que me assola
Nessa mente que vigora
No espírito que outrora
Não foi de ninguém
Esse rosto que abriga
Esses olhos que envoltam
Essa íris distorcida
Dessa visão distinta
Do nada que nunca foi
Essas mãos desesperadas
Nessa busca retratada
Nesses versos sufocantes
Essas voltas tão errantes
Que descobrem-se amantes
Da matéria esquisita: Eu.
Sou o que fui, e o que serei
Mas nunca o que já sou
Nesse contrato vitalício
Dessa mutante arte de redescobrir-me
É que se encaixa a minha existência
Essa sou.
Escrito em 15/07/2008 ( 14:58pm)
Miniconto 11* – Vexame
Desejou o abraço do homem por meses. Conseguiu. Descobriu : era alérgica a perfume francês. Espirrou por horas. Nunca mais o viu.
Miniconto 10* – Estresse
Na odiosa padaria: o homem estralou os dedos, depois conseguiu trincá-los e em seguida os mutilou em sua máquina de trabalho: o cortador de frios.
Miniconto 9* – Escalada
Com o grampo que os prendia se soltando, ela tomou uma decisão sobre aquele amor enrustido: “corte o laço entre nós!”. Caiu no despenhadeiro então..
Lúgubre Grifo
O que te leva a insistir no que te angustia e de mim te priva?
Diz-me, amada querida, o que te faz preferir morrer à deriva?
Onde se esconde o desejo outrora tão encarnado?
Ainda existe a beleza por trás do vaso quebrado, eu sei que existe.
Sufocando a saudade no torpor do caminho.
Esganando a verdade no coração sozinho.
Onde arrumaste esta corda que só faz machucar, minha amada?
O pouco tempo que tens só está a passar, e tu marcada.
Cicatrizes não podem ser apagadas, mas pegadas podem se aliviar
O sentimento não morre enquanto se quer lutar.
O que te faz perder o que te faz amar?
Como encontrar coragem onde o vazio está?
Perdeu o jeito de se renovar, amor meu?
Mais uma vez, tarde demais? Eu sou seu.
Peço-te: não se engane e nem fuja menina.
Acasos não determinam uma sina.
Invalidez induzida na estrada comprida.
Morte poética na métrica da vida.
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“Há entendimentos longe de nossas explicações
Há explicações longe de nossos entendimentos”¹
¹ Sir Raphael Trevilato
Miniconto 8* – Infortúnia Sorte
Perdeu seus amigos, esposo e cão. Jogou numa Roleta Russa. Permaneceu viva. O ditado havia mudado: sorte no jogo, azar na vida.